A assembleia dos trabalhadores da Companhia Brasileira de Alumínio realizada no dia de hoje, 10/12, rejeitou a contraproposta apresentada pela empresa para renovação do ACT. A decisão teve como principal motivação a falta de valorização econômica, com índices considerados insuficientes para garantir ganho real e isonomia em relação a outras empresas do setor.
A CBA ofereceu apenas a reposição da inflação, com reajuste salarial de 5,17% (IPCA) e um aumento irrisório no Vale-Alimentação, mantendo o valor em R$ 1.300,00, o que representa apenas 1,33% de ganho real.
O Sindicato defende isonomia: enquanto a CBA mantém esse valor, a CPFL Santa Cruz, empresa do mesmo segmento e que atua nos municípios de Piraju e Ourinhos, pratica valores superiores. Por isso, a reivindicação da categoria é de um reajuste de 10,8% no ticket alimentação, equiparando o benefício ao padrão regional do setor.
A insatisfação da categoria também se estende à postura da empresa nas negociações, considerada intransigente, e à ausência de garantias jurídicas sólidas no texto do acordo.
O presidente do Sindicato, André Paladino, reforça que não é possível aceitar um ACT frágil, sem ganho real e que ainda deixe direitos vulneráveis. “Não podemos assinar um acordo que não reconhece economicamente os trabalhadores e que não protege juridicamente as conquistas da categoria. Nossa missão é garantir valorização agora e segurança para o futuro.”
Outro ponto levantado pelos empregados da CBA é a apreensão diante dos rumores de uma possível venda da Empresa. Esse cenário acende um alerta sobre a segurança dos direitos conquistados.
Atualmente, benefícios essenciais, como convênio médico, odontológico, previdência privada e cesta de Natal, são pagos pela empresa, porém não constam formalmente no texto do ACT, o que cria uma brecha jurídica perigosa.
“Em caso de venda, fusão ou mudança de controle, um novo grupo econômico pode simplesmente cortar esses benefícios sem descumprir o acordo, já que eles não estão oficialmente garantidos”, alerta Paladino.
Para evitar esse risco, o Sindicato solicitou a inclusão de todos os benefícios atualmente concedidos no texto do ACT, assegurando sua proteção legal. Também foi solicitada a criação de uma Cláusula de Proteção Societária, fundamentada nos artigos 10 e 448 da CLT, garantindo que qualquer alteração na estrutura da empresa — como venda, fusão ou cisão — não implique na retirada de direitos, vantagens e garantias já existentes.
A proposta apresentada pela empresa e rejeitada pelos trabalhadores previa apenas 5,17% de reajuste salarial, manutenção do Vale-Alimentação em R$ 1.300,00, correção de 6,5% no piso salarial, auxílio-creche e vantagem dos operadores, vigência de 12 meses e um texto jurídico genérico, que não assegura os benefícios pagos fora do acordo coletivo.
Com a rejeição, o Sindicato solicitou a reabertura das negociações para discutir a pauta completa da categoria, que inclui reajuste salarial acima da inflação, formalização dos convênios médico, odontológico e previdência privada no ACT, melhorias nas condições de trabalho — como adicional de turno, regulamentação de troca de horário, redução de jornada e combate ao trabalho isolado — além de benefícios adicionais, como gratificação de férias, adicional por tempo de serviço (anuênio), estabilidade pré-aposentadoria e assistência aos trabalhadores vítimas de acidentes.
O Sindicato aguarda agora uma nova rodada de negociação com a CBA, mantendo-se mobilizado em defesa do emprego, da valorização salarial e da preservação de todos os direitos da categoria, sem aceitar qualquer tipo de retrocesso ou precarização.
